nenhum título importante
Ninguém quer saber se a autora está prestes a ter uma síncope. A saltar do sexto andar. A ganhar um prêmio nobel de paz. Ninguém quer saber, por isso queremos que fique claro que este não será um confessionário. Queremos (eu e a autora mentirosa) dividir textos bons enquanto não podemos escrevê-los. Taí, pra iniciar, um de Agosto de 2005:
“é mesmo melhor continuar escrevendo
Essas frases curtas, que assim amontoadas,
dão um ar de coisa, coisa pensada,
e nem é, sabe? nem é importante...
só um pouco importante,
um poquinho,
como se ela bebesse um copo de uísque
e fumasse um malboro e mandasse uns 3
tomarem no cu,
é mais ou menos isso,
isso aqui,
que não pretende ser confissão, nem lembrança,
nem emocionante, nem inteligente, nem valerá a
página ser impressa.
Tem a premência de salvar, mas não é uma
bóia, nem provoca epifânias, e por isso nem
é inspiração. Não provoca nada.
Ocupa. Aqui todo mundo precisa estar ocupado,
quando dá essa vontade louca de morrer, é bom
fingir ser um poeta. É. É melhor continuar
escrevendo.
É.
Pronto. Ela já não quer mais se matar.
por enquanto acredita, acredita mesmo,
ser indispensável".(Fernanda Young)
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