nenhum título importante




Não sou boa nos poemas. Nem nos contos. Nem nas crônicas. Nem em qualquer tipo de enunciado que queira ser bom. Ainda assim, não vamos fazer deste espaço um espaço de reminiscências. Ninguém quer confissões aqui. Portanto, tudo que eu disser é pura mentira torta. Maluquinha mesmo. Pode vir com rima pobre, rica. Pode ser um soneto perfeito, pode ser uma poesia extraviada. Vai depender da minha inventividade. Também pode ser que falte um dia, dois, três semanas. Pode ser que ele se apague (essas coisas de internet), contudo, tentarei manter o foco.

Ninguém quer saber se a autora está prestes a ter uma síncope. A saltar do sexto andar. A ganhar um prêmio nobel de paz. Ninguém quer saber, por isso queremos que fique claro que este não será um confessionário. Queremos (eu e a autora mentirosa) dividir textos bons enquanto não podemos escrevê-los. Taí, pra iniciar, um de Agosto de 2005:


“é mesmo melhor continuar escrevendo
Essas frases curtas, que assim amontoadas,
dão um ar de coisa, coisa pensada,
e nem é, sabe? nem é importante...
só um pouco importante,
um poquinho,
como se ela bebesse um copo de uísque
e fumasse um malboro e mandasse uns 3
tomarem no cu,
é mais ou menos isso,
isso aqui,
que não pretende ser confissão, nem lembrança,
nem emocionante, nem inteligente, nem valerá a
página ser impressa.
Tem a premência de salvar, mas não é uma
bóia, nem provoca epifânias, e por isso nem
é inspiração. Não provoca nada.
Ocupa. Aqui todo mundo precisa estar ocupado,
quando dá essa vontade louca de morrer, é bom
fingir ser um poeta. É. É melhor continuar
escrevendo.
É.

Pronto. Ela já não quer mais se matar.
por enquanto acredita, acredita mesmo,
ser indispensável".

(Fernanda Young)

Comentários