E depois eu fiquei pensando nessa coisa de sentimento... pensei que eu era muito guria pra entender as pessoas grandes e que o meu coração era ainda muito novo pra entender de amor. Aí me lembrei de como sofri/sofro porque ele doía/dói e depois pensei que afinal, o que era a porra do sofrimento? Aí pensei que talvez eu sofresse pra não me sentir sozinha. Pensei que talvez eu precise – constantemente – ter alguma coisa pra me preocupar e pra me fazer doer que não seja eu mesma. Injusto comigo, né? Podia simplesmente “sofrer” por mim e deu, não precisava envolver nenhum indivíduo no meu dramalhão mexicano. Até os pobres mexicanos já se envolveram na minha constante fuga. Que estranho pensar essas coisas. É como um: “pô, que sacana que eu sou com o mundo”. É como dividir a culpa. É quase uma vergonha, porque trata-se de não admitir a solidão. Sei lá, pensei isso enquanto o vestido voava tão vermelho contrastando com o tão amarelo do céu, na rua.

Comentários

Carla Arend disse…
de qualquer forma, eu preciso ler clarice hoje. é um assunto decidido. pronto.
Anônimo disse…
"Aí pensei que talvez eu sofresse pra não me sentir sozinha."
bonito esse trecho.
a arte tbm é uma forma de nunca se sentir sozinho, ainda que a melhor seja quase toda feita de solidão. sempre funcionou assim pra mim, pelo menos...
ótimo blog, moça