como dar o aviso e ter o ego inflado, parte I

Sexta-feira, seis e meia da tarde, sala de reuniões:

(com unhas roídas até as cutículas)
_Se eu disser pra vocês que quero emendar o feriado da semana que vem pra ir passear em Buenos Aires e na segunda, quando eu voltar, disser que um emprego caiu na minha cabeça dentro do metrô vocês vão ficar mais chateados que se eu contar que na semana que vem tenho uma entrevista de emprego lá e quero ir pra saber como é. adoro vocês, de verdade seria mais simples manter as coisas como elas estão e não tentar o novo, mas eu preciso.

(branco, nervoso, precisando de um cigarro)
_Você não pode.

(suspirando e se jogando pra trás, com a cadeira que se joga pra trás)
_Sim, você pode. Vai. Não é o que eu quero. Mas é o melhor pra ti.

(segurando as mãos contra o peito)
_Eu nunca me senti tão mal, me dói, mas é só pra saber. A gente não pode saber das coisas se não arriscar.

(em pé, deixando a sala)
_Então vai, mas eu não queria te perder, não agora.

(rindo)
_A gente contrata uns quatro pra te substituir.


e o papo foi mais longe. mas não fugiu disso.

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