tá louco.

Olha, eu só tenho que dizer que não fui eu quem pegou na tua bunda. De verdade. Eu nunca pego na bunda das pessoas. Eu até pego, mas nunca quando a pessoa não sabe que eu estou pegando. Ok, entendida essa parte, passemos pra próxima. Mas antes, pra reforçar, não fui eu meeesmo quem pegou na tua bunda.

Bom. Eu não me lembro. Só lembro da coisa de pegar na bunda e que prometi que vou ao show do Cidadão Quem. Eu fico prometendo essas coisas e depois não cumpro, aí eu sou falada. Acordei duas da tarde. Me acordaram, na verdade. Pensaram que eu estava morta. Eu também, pra ser sincera. Preferia estar, até. Que coisa aquele vinho. Beber vinho na garrafa e na rua. Pelo menos era vinho bom. Vinho bom e absinto em garrafa de água mineral. Puta merda. Que finesse. Depois cerveja e perdi cinquenta dinheiros. Que merda. Não fui eu quem pegou na tua bunda, tu entendeu isso, né? Eu não saio por aí pegando na bunda das pessoas só porque elas são mongas. Não, eu não tenho esse ousado costume. A minha cabeça tá em tambor. Vim pro trabalho comendo uma maçã, despenteada e com abrigo daqueles gigantes, entende? Aí passei na farmácia e comprei um eno, um epocler e neosaldinas. Um monte de neosaldinas e uma água com gás. Adoro os comentários da galera da farmácia quando a gente faz essas comprinhas: tava boa a festa, heim?! Dessa vez não tive que comprar poslov. Melhor. Menos vergonha. Essa gente da farmácia fica se metendo nas nossas intimidades. Exibindo nossas comprinhas naqueles balcões tão brancos. Credo. Mas tá. Domingo. Quatro e meia da tarde. Na agência. Remediada e pronta pra começar a terminar de trabalhar.

Comentários

Gustavo Clark disse…
isso me lembrou um episódio dos simpsons, em que o Homer vai comprar fogos de artifício e tenta ser discreto:

"Me veja uma dessas revistas pornográficas, um pacote de camisinhas, uma garrafa de vodca, um pacote de absorvente, fogos de artifícios e um clister... ou melhor, dois".

E pô, eu entendi o lance da bunda... E olha que eu nem estava lá.