A volta do diarinho no tramela
Há duas semanas moro em outra casa na mesma cidade. Sem minha família, meu quarto e meus livros. Parece estranho. Visito meus pais com hora marcada. Hoje soube que o pai disse: quer ver que ela não vem? Eu fui, fui sim. Eu sinto saudade, mas gostaria que entendessem que preciso desse espaço de liberdade e auto-controle (financeiro mesmo, emocional também). A vida é fácil quando a gente pode desdenhar do trabalho que tem e viver em função dos sonhos pela conquista da felicidade eterna, mas aí, cara, aí quando você põe os pés pra fora e vê quanto custa a porrinha do sabão em pó você deixa a utopia de lado e baixa um desses programinhas de controle de orçamento. Sim senhores. Minha tabelinha está armada. Se no ano que vem quero me aventurar por alguma capital maior em busca de crescimento intelectual (haha) eu preciso ter como manter as contas em dia, as unhas cortadas, as roupas limpas e um quarto bem arejado com wirelles. A vida em família dificulta que eu decida entre o detergente X e o Y, entre comer mais vegetais ou mais carnes, entre manter a TV ligada ou não. Já tenho 23 anos. Bem-vindos a minha independência em santa maria até pelo menos agosto de 2009.
A vida aqui na casa de paredes creme vai bem. O prédio é muito legal – não gosto de ter um homem só pra abrir a porta pra eu sair, mas já era assim quando cheguei e ele parece não se importar muito. A vista é ótima e a Thaís é excelente. Adotamos a azeitona e temos responsabilidades de mães. Embora todo mundo pense que somos um casal homossexual, é legal ficar claro que não somos não. Nos conhecemos desde a faculdade e temos um interesse comum por literatura, cinema e bebidas. Ta certo que às vezes a gente usa trocar uns carinhos no DCE, mas é pra fugir de atentados de garotos impróprios, vergonha alheia, essas coisas. Somos vizinhas do inferninho, então toda sexta a gente pode ir lá comprar uma água mineral e observar o os hippies bonitos. To me divertindo muito.
Em janeiro vamos receber um intercambista (masculino e europeu, conforme escrevi na ficha de seleção). Parece que é um inglês. Vamos levar o boy pra fazer aula de dança de salão e yoga. Tudo anda feliz. Esperando alguma coisa boa pra metade de dezembro. Agora só falta arrumar um namorado de família e comprar o liquidificador!
A vida aqui na casa de paredes creme vai bem. O prédio é muito legal – não gosto de ter um homem só pra abrir a porta pra eu sair, mas já era assim quando cheguei e ele parece não se importar muito. A vista é ótima e a Thaís é excelente. Adotamos a azeitona e temos responsabilidades de mães. Embora todo mundo pense que somos um casal homossexual, é legal ficar claro que não somos não. Nos conhecemos desde a faculdade e temos um interesse comum por literatura, cinema e bebidas. Ta certo que às vezes a gente usa trocar uns carinhos no DCE, mas é pra fugir de atentados de garotos impróprios, vergonha alheia, essas coisas. Somos vizinhas do inferninho, então toda sexta a gente pode ir lá comprar uma água mineral e observar o os hippies bonitos. To me divertindo muito.
Em janeiro vamos receber um intercambista (masculino e europeu, conforme escrevi na ficha de seleção). Parece que é um inglês. Vamos levar o boy pra fazer aula de dança de salão e yoga. Tudo anda feliz. Esperando alguma coisa boa pra metade de dezembro. Agora só falta arrumar um namorado de família e comprar o liquidificador!
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;)
haha