Maio

Maio foi um mês de intenso movimento. Decisões importantes foram tomadas. Relações tomaram rumos diferentes e talvez, até, promissores. Acertamos três números na mega-sena e a circulação monetária foi a maior do ano. Rins, garganta, novos piercings pelas orelhas, cabelo rosa, pelo encravado na virilha e outra série de pequenas alterações no corpo só não foram obstáculos porque carlota aqui tava com a vibe desenhada.

Trabalho: Hoje iniciamos aquilo que se chama de última semana no emprego. Os minutos parecem horas. A manhã se arraaaasta e a tarde parece que não tem mais fim. A quantidade mínima de atividades pendentes faz com que você passe 95% querendo atenção sobre seus novos projetos, porém precisa dar-se conta de que a vida de todos os outros segue no mesmo ritmo, e até talvez esteja um pouco mais acelerada com a sua partida. Dá-se conta de como são importantes as pessoas com quem conviveu nos últimos dois anos. Não se ilude que são seus melhores amigos, pois logo alguém vai ocupar aquela cadeira e preencher os dias deles com novas risadas, maneiras de acomodar-se e cacoetes. Você gosta dos seus quase ex-chefes. Às vezes fica fula da vida e se imagina correndo da cozinha até a porta da sala deles pra pegar impulso, vê-se pulando na mesa e o agarrando pelo colarinho dizendo algo como: não seja tão chaaaaato!! Mas você sabe que, já na superfície, é grande admiradora das figuras e só está indo embora porque é hora de dar uma agitada no cérebro. Você vai sentir falta. Sabe disso.

Família: A mãe, todo ano, faz aniversário duas semanas depois do dia das mães, que é sempre no máximo umas três semanas depois da páscoa. Bons eram os tempos que a gente fazia cartões decorados e preparava o café da manhã. Agora, com a chegada da bendita fase adulta, você compra pra ela coisas que ela gostaria de ter, e coisas que ela não gostaria. Mas você compra, de quinze em quinze dias. Yeah! O sobrinho tem um mês e parece que tem quatro, de tão fofucho. Afilhada, cunhada, irmão1, irmão2, namorada do irmão dois e pitty estão todos bem, um pouco gripados, mas todos gozando de perfeita respiração.

Dieta: Meio que foi pro saco. Continuo tomando os remédios direitinho, mas com a coisa da pedra no rim, da gripe elefantina, cabelo rosa, excesso de trabalho e inverno, alguns finais de semana foram atropelados e ingeri doses cavalares de endorfina, fazendo a dignidade sair do corpo e só voltar no domingo, cinco da tarde. -11Kg, isso é bom. J

Saúde: Como eu disse, é a minha pior coisa. Uma pedra no rim, uma garganta podre, a orelha direita inflamada, um calo – siiiim, um calo – embaixo do dedo mingo do pé direito e rinite. Hoje também senti umas palpitações e tontura. Pensei que ia vomitar no ônibus. Não sei, talvez eu seja hipocondríaca. Será? Ainda preciso ir ao dentista.

Amor: Lá vem mais um dia dos namorados que continuo encalhada. Perspectivas? Não. Nem sobre Buenos Aires, nem sobre. Já me disseram ENE vezes que não sei fazer essas coisas de namorar e dividir meus projetos. Uma vez, e já contei isso, eu tentava colar meu caminho em um outro. Agora percebo impossível tal sandice... tampouco permito que o contrário aconteça. Nada de amor. Pelo menos economizo num presente. Bem que ia ser bom e não há como negar, nesse frio um namoradico de pés quentes. Mas, imaginem o caos que o pobre viveria ao visualizar a namorada passando por um momento de tamanha transformação?! É. Melhor só do que fazendo doer, e doendo.

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Resumo: Viajo mais pro final do mês. Não tenho casa. Não tenho emprego. Não tenho portifólio. Não tenho passagens. Não tenho carteira de identidade. Não tenho muito dinheiro e não vou fazer festa de despedida.

Comentários

Rosana disse…
Tá, mas que tal um café nessa semana?