Quinta-Feira

Nunca pintem suas unhas de azul carbono. Tipo: nun-ca. Pode até ficar legalzinho, mas pra tirar é um sufoco. Gastei o pote de removedor de esmaltes e umas dezoito buchas de algodão. Resultado? Rá. Ainda tenho os dedos, até a primeira junta, como se tivesse lavado papel carbono. Um no-jo.

Futilidadezinha em cima, venho bem contenta contar que hoje foi o penúltimo dia de trabalho. Fiquei até mais tarde na axênça para tentar agrupar um pouco dois quase dois anos trabalhados lá, na ilha da fantasia do supermercado, no meu pen-drive. Tenho meio job pra terminar amanhã e ba-bau, tchau e gracias, como diria a mãe, mas com um aperto no peitinho. É duro largar uma coisa assim, tão ligada. É tipo sair de casa pra ir morar em outro país sem ter nenhuma perspectiva, sabe? Sei.

Nenhuma cerveja pra comemorar. Nenhum vinho pra deixar as bochechas vermelhas. É mesmo hora de ir embora antes que estes dias repetidos e cinzas tomem conta das memórias coloridas. Estranho, mas encaro bem esse ciclo de gente trabalhadora com preguiças de ter vida social nas quintas. Até que reajo bem, certo que faço chantagens com os amigos mais próximos de que só faltam dezesseis dias, 3 finais de semana e mimimi, mas nem adianta, eu faço de brinquedo e não fico triste de verdade. Eu sei que é assim e não tem outro jeito. Àquele tempo de ter banda na hora da despedida tá bem bonitdo na memória e é suficiente.



Ando faceira. Boca na orelha.

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