metade direta do cérebo congelada, com alecrim

e se fechássemos os olhos neste instante assim mais forte um pouco mais forte encolhendo os lábios de tanta pressão nas pálpebras que cor você vê? eu vejo amarelo na verdade eu vejo um pouco de amarelo sobre o preto não não sei o que isso significa talvez ânsia,

tinha que ser proibido conhecer pessoas interessantes quando se está saindo de uma cidade, da última vez que aconteceu com uma amiga, ela voltou pra cidade de onde havia acabado de sair. essas coisas do coração, sabe? eu me proibo, eu me nego. hahahahaha. medrosinha, vai lá, toma o café, não vai morrer.

e tu jah tentou pressionar os dentes os terceiros molares contra os terceiros molares até sentir uma dor e ouvir um zunido agudíssimo? é engraçado porque parece que tem alguém coletando sangue do teu braço enquanto tu sobes a serra e o ouvido fica meio tapado sabe mas engolindo uma saliva bem grande destranca,

eu só digo essas coisas, porque é muito mais fácil não ter apego. tu já não tem mais objetos pra se apegar, né? o que tu tem nas mãos agora?

quando faz muito frio eu penso que as mãos vão congelar e que os dedos vão se desprender delas tipo aqueles gelos pontudos que nascem nos congeladores das geladeiras como se fossem uns picos de cavernas secretas da terra do papai noel

a mochila e o destino. umas vezes a gente tem que ir embora não pra ganhar mais dinheiro, trabalhar menos ou ter vida mais fácil. a gente tem que ir embora pra se renovar. não que todas as pessoas necessariamente tenham que se renovar e ficar indo embora. a gente tem que ir embora pra procurar. só isso. sabe?

Comentários

Marcelo Mayer disse…
gostei de seu texto... um tanto psicodélico
Lucas Afonso disse…
a gente tem que ir embora, e não será só uma vez.